De acordo com o gerente do CTS Alimentos e Bebidas, Antônio Tavares, processos inovadores diferenciados em lácteos concentrados e desidratados podem gerar novos produtos e insumos, garantindo a sustentabilidade da cadeia produtiva do leite. “O soro de leite, por exemplo, é rico em proteínas e pode ser usado para a fabricação de diversos produtos, como o biscoito, doce de leite, iogurte, sorvetes, entre outros”, explica Tavares, citando alguns produtos que são apostas em inovação como os livres de lactose (ou lactose free), dietéticos, funcionais e orgânicos.

O evento contou com a palestra do professor da Universidade Federal de Viçosa, Antônio Fernandes de Carvalho, sobre inovação a partir do aproveitamento de coprodutos e proteínas lácteas, como o soro do leite. Também foram apresentados cases de sucesso, o primeiro sobre processo de melhoria na qualidade do leite no campo, desenvolvido pelo SENAI Rio Grande do Sul, e outro sobre desenvolvimento tecnológico, econômico e social do setor lácteo nacional, do SENAI Minas Gerais.

O Assessor de Inovação do Sistema FIRJAN, Anderson Rossi, falou sobre as oportunidades de captação de recursos para projetos de inovação por meio de agências de fomento. “O Edital SENAI SESI de Inovação é uma das iniciativas que valorizam essa prática, promovendo o desenvolvimento de novos produtos, processos e serviços inovadores. Somente para esse edital, o volume total disponível para investimento é de R$ 40 milhões”, explica.

Já a consultora em serviços tecnológicos do Centro de Tecnologia SENAI (CTS) Ambiental, Ana Maria Evangelho Oestreich, falou sobre uso da água na indústria de laticínios e apresentou o ‘Programa Produção mais Limpa’, estratégia preventiva integrada a processos, produtos e serviços, para aumentar a ecoeficiência e reduzir os riscos ao ser humano e ao ambiente. “Com esse programa é possível avaliar opções para redução de consumo, de cargas poluentes e, principalmente, redução de custos tanto no tratamento de água como de efluentes”, detalha.

Segundo Antônio Carlos Cordeiro, presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado do Rio de Janeiro (Sindlat-RJ), com a crise, houve uma redução no consumo e a saída pode estar nas novas demandas do mercado. “As pessoas hoje procuram produtos de baixa caloria, ou zero lactose, e outros produtos que tenham propriedades funcionais, seja para quem faz esporte, ou para pessoas mais velhas. O papel da indústria é criar produtos que possam estar adequados à nova demanda do consumidor”, ressalta.

Para o empresário Nilton Lanna, da Laticínios Grupiara, de Valença, é de grande importância para o setor um evento que trata de inovação, novas tecnologias, novos produtos e novas formas de conduzir a empresa. “Esse é um momento crítico não só para o setor laticínio, mas para todo o Brasil, mas precisamos nos atualizar para buscar novos produtos, que chamem a atenção e atenda a necessidade do consumidor. É um desafio para o produtor porque é necessário mexer em toda a cadeia para se adequar às novas tendências”, frisa.

Participaram do evento o secretário Estadual de Agricultura e Pecuária, Christino Áureo; o secretário Estadual de Desenvolvimento Econômico, Marco Capute; o superintendente substituto do Serviço de Vigilância Sanitária do Porto do Rio de Janeiro, Helder Tostes Coimbra, o presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado do Rio de Janeiro (Sindlat-RJ), Luiz Carlos Cordeiro; o gerente do CTS Alimentos e Bebidas, Antônio Tavares, além de representantes de empresas do setor de laticínios.

Fonte: Sistema FIRJAN